terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Como um brinquedo novo...


Num momento de descontrolo
Vi-te entrar por aquela porta
Tinha um génio viciado
Que corrompia o meu cérebro
Foste um estímulo do meu defeito
O despertar do meu radar
Com esse jeito igual ao meu
Tomavas posse do meu olhar

Sem pensar nas consequências
Do meu fraco delito
Quebrei todas as regras
Ignorei-me por completo
Indo ao limite da loucura
Loucura que me atormenta
Sem vaidade nem sensatez

Eras como um brinquedo novo
Dado a uma criança abastada
Ansiando porque era vistoso
Pois não necessitava de nada

Mas como qualquer criança
Que se afeiçoa a um brinquedo
Tornando-o o seu preferido
Assim te tornei a meus olhos

Mas nunca foste o meu brinquedo
Só me deixaste afeiçoar-me a ti
Para me dares em troca uma traição
Só me enganaste descaradamente
Fazendo-me dependente de ti
Ao sentir-te dependente de mim

E saíste sempre vitorioso
Com palavras manhosas
Controlaste sempre as situações
Sem deslize de sentimentos

Não posso acreditar que foste capaz
Não quero acreditar
Foste um desperdício de sentimentos
Uma fraude

Sem guardar rancor
Perdoei-te
Quase sob pressão
Mas a mágoa ainda aqui vive
Onde para ti não tem significado
Dentro do coração

Onde te escondes?


Onde te escondes no meio da multidão?
Por de trás de que rosto?
Por que caminho vagas?

Onde te escondes nos meus sonhos?
Em que nuvem voas?
Em que onda flutuas?

Onde te escondes no meu pensamento?
Não vejo nenhum rosto,
Não recordo palavras…

Onde te escondes nas noites ao luar?
Serás a estrela que mais brilha,
Serás a estrela Polar?
Será essa a tua casa,
Será esse o teu olhar?

E as palavras que procuro,
Serão elas ditas no silêncio da noite?
Será o teu toque tão suave
Que me aconchega no meu leito?

Serás tu a razão da solidão?
Do meu viver atordoado,
Da ausência da paixão?
E que razão
me dás para viver?
Se o teu rosto desconheço,
O teu toque e o teu cheiro…
As palavras caladas
Num silêncio ensurdecedor…
Nem um olhar de magia,
Nem um sorriso arrasador…
Nada me dás se não a angústia do desejo,
O pecado da curiosidade,
A incerteza de um amor…

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Atrás do pano...


O tempo passa devagar
E as carícias são bastante significativas.
Lentamente vão descobrindo o pano.
Treino bem o meu papel,
Quase encaro o personagem normalmente,
Sem receios, sem tensões…
Quando o show começa,
Lentamente, me envolvo em teus braços,
Lentamente vou sabendo o que quero
E me vou entregando…
Como é seguro actuar com o papel da minha vida,
O papel principal! ...
É meu desta vez!
Fico feliz por saber que não há duplos,
Não há sobresselentes nem figurantes…
Só eu e tu!
Não interessa quem está em nosso redor,
Quem é contra ou quem é a favor…
Só tu e eu, desta vez…
E desta vez, lentamente…
Pois já conhecemos os nossos papéis,
Sabemos aquilo que podemos esperar…
Com certeza irá haver improvisos,
E aí…
O que menos esperamos pode surgir!
Ou o que sempre esperámos e nunca surgiu!
Será realmente o show da vida…
Por detrás do pano,
Há sentimentos!
Não haverá beijos técnicos…
É tudo real…
É a vida…
É o amor!
és tu e eu

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Desabrochar da flor...


Vestida de branco
A alma…
Em branco
Me entrego sem palavras…
Olhar branco
Receando algum sofrimento…
Puro branco,
Pura ingenuidade…
E no pano branco
Lágrimas de sangue…
Assim,
De branco límpido e transparente
A medo me entrego…
Sem medir os actos,
Pânico constante…

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Peças independentes...


Estou preparada para superar,
Mas não tenho esperanças…
Nunca resultou…
Corações que não encaixam,
Só o físico…
Não há beleza nem encanto!
Era bom poder juntar as duas peças
Mas parecem independentes…
Quero uma peça só,
Só um coração,
Só um corpo…

É um ciclo vicioso...


Mais uma vez…
O cérebro parou com o pânico,
A boca ficou imóvel,
Os olhos procuravam uma fuga
No silêncio do olhar.
Mais uma recaída…
Parece um ciclo vicioso,
Um ciclo sem fim.
Ficou tudo destruído…
Valeu a pena o esforço,
Mas não foi duradouro nem produtivo…
Fraquejei…com vontade,
E sem vontade fiquei…
Não sou capaz…
Não consigo superar.
Tenho força de vontade
Mas não sou suficientemente forte…